Nascido no ano de 1922, em Belo Horizonte (MG), Mario Bhering formou-se em engenharia civil pela Escola Nacional de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1945.
Grande precursor da sua época, foi um dos principal responsáveis pelo desenvolvimento do setor elétrico brasileiro nas década de 1960 e 1970, ocupando alguns dos principais cargos na área de energia do país.
Fez parte do grupo fundador, além de ter sido primeiro diretor comercial da Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig), atuou nessa instituição desde o início de sua implantação, em 1951, tendo ocupado importantes cargos da empresa e vindo a exercer a presidência nos períodos de 1964 a 1967 e de 1983 a 1985.
Na Eletrobras, foi presidente por duas vezes: de 1967 a 1975 e de 1985 a 1990. Nessa estatal, desempenhou importante papel, pois seus oito primeiros anos a frente da holding, corresponderam, em grande parte, ao ciclo de crescimento da economia nacional, conhecido como “milagre brasileiro”.
Foi ainda, presidente da Comissão de Integração Energética Regional da América Latina – Cier, no ano de 1967, consultor e um dos idealizadores do empreendimento binacional de Itaipu (1977) e membro do Conselho de Administração de Furnas Centrais Elétricas (1965-1967), entre outras atividades profissionais.
Ao reassumir a presidência da Eletrobras em 1985, idealizou a criação do Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, mantida por empresas do setor elétrico, tornando-se o seu primeiro presidente, em 1986.
Durante sua gestão à frente da Memória, Mario Bhering lançou a primeira edição do livro “Panorama do Setor Elétrico no Brasil”, importante publicação que reúne uma ampla reconstituição da história da indústria da eletricidade no Brasil, em 1988. O “Panorama” tornou-se fonte de consulta obrigatória para estudiosos do processo de formação e desenvolvimento do setor de energia elétrica do país.
Mario Bhering, além da carreira vitoriosa como executivo, teve outra atuação que merece destaque: a de artista. Como aquarelista, ele conseguiu realizar vasta obra inspirado pela técnica milenar.
Faleceu em setembro de 2009, aos 87 anos de idade, em Belo Horizonte.