Evento internacional discutiu temas como digitalização de coleções
históricas, direito autoral no ambiente digital, documentos natos digitais,
memória empresarial, acesso aberto e redes sociais e memória.
A Memória da Eletricidade
realizou, nos dias 25 e 26 de setembro, no Museu de Arte do Rio, o Preserva.ME
– Encontro internacional de
Preservação e Memória. O evento chegou a sua 5ª edição com o
fundamental debate sobre a “Preservação de Acervos na Era Digital”,
sob o qual reuniu mais de 600 pessoas, entre o público presencial e online,
que assistiu o evento ao vivo e na íntegra pela página da Memória da
Eletricidade no Facebook.
Em seu discurso de abertura, o
presidente da Memória da Eletricidade, Augusto Rodrigues, reforçou a
importância da atuação conjunta de instituições. “A preservação digital nos
convoca à atuação em rede, com projetos cada vez mais voltados aos temas dos
dados abertos, nos obrigando a buscar a interação entre as nossas entidades e
nos convidando a compartilhar desafios e soluções. Somente quando superarmos a
atuação compartimentalizada em instituições, estados e países, estaremos
realmente trabalhando para o avanço do campo, enquanto sociedade global que
somos”, destacou o executivo.
O Preserva.ME contou com 12 painéis e duas rodas de conversa com os principais pesquisadores do tema, como Beatriz Kushnir, diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Adrian Hine, coordenador de digitalização do Science Museum (Reino Unido), Cal Lee, professor da Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos), Sérgio Branco, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade, e Paulo Nassar, professor da USP e diretor-geral da Aberje. Todas os painéis estão disponíveis no canal da Memória da Eletricidade no YouTube.
25/09 – Primeiro dia do Preserva.ME
Augusto Rodrigues, presidente da Memória da Eletricidade, abriu o Preserva.ME 2019 destacando a importância do compartilhamento de desafios e soluções para o avanço do campo da preservação histórica. “A preservação digital nos convoca à atuação em rede, com projetos cada vez mais voltados aos temas dos dados abertos, nos obrigando a buscar a interação entre as nossas entidades e nos convidando a compartilhar desafios e soluções. Somente quando superarmos a atuação compartimentalizada em instituições, estados e países, estaremos realmente trabalhando para o avanço do campo, enquanto sociedade global que somos”, destacou o executivo.
Augusto Rodrigues, presidente da Memória da Eletricidade, recebe Paulo Knauss, diretor do Museu Histórico Nacional e representante do Ibram.
Paulo Knauss, representante do Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e diretor do Museu Histórico Nacional, saudou o Preserva.ME, reforçando que a sociedade como um todo ganha com a formação de redes de cooperação entre as instituições de preservação histórica, como a Memória da Eletricidade.
Valéria Bertotti, historiadora, arquivista e mestre em Patrimônio Cultural, apresentou, no 1º painel do Preserva.ME, as etapas e desafios do Projeto de Tratamento do Acervo Fotográfico da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), abordando as atividades de recomposição da relação orgânica e contextualização do material a partir do levantamento histórico.
No painel “Photo Finished: A preservação, ou não, de fotografias digitais”, Millard Schisler debateu as diferenças entre a preservação de fotografias digitais e aquelas de papel e filme flexível.
Alex Holanda, coordenador do Programa Permanente de Preservação Digital do Arquivo Nacional, apresentou em seu painel, “Preservação de documentos arquivísticos digitais: desafios e estratégias”, questões relativas à produção, preservação e regulamentação nacional e internacional de documentos arquivísticos digitais.
“O nosso problema não é o papel” – Beatriz Kushnir apresentou debates espinhosos sobre o Projeto de Lei 7.920/2017, que propõe, resumidamente, a eliminação dos suportes físicos documentais. Para a palestrante, que é diretora do Arquivo Geral da Cidade do RJ, o PL traz fragilidade jurídica à autenticação de documentos e só agrega benefícios às empresas que lucrarão com a digitalização, sem resolver questões fundamentais como políticas de gestão e confiabilidade.
Sérgio Branco, diretor do ITS Rio, apresentou, no 5º painel do dia, um debate que impacta diretamente a etapa de difusão dos acervos históricos: o direito autoral nos ambientes digitais.
“Todo muito acha a digitalização muito legal, mas ninguém quer financiar”. No 6º painel do dia, Adrian Hine, coordenador de Digitalização do Science Museum (Reino Unido), apresentou a experiência da instituição na digitalização de 75% de sua coleção de 300 mil itens.
A Roda de Conversa “Redes Sociais e Memória” fechou o primeiro dia do evento. Diogo Pereira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Daniel Sampaio, do Instagram Rio Antigo, debateram a cultura de memória e possibilidades de divulgação de acervos por instituições de preservação histórica. A discussão foi mediada por Amanda Carvalho, gerente de acervo e pesquisa da Memória da Eletricidade.
26/09 – Segundo dia do Preserva.ME
No 1º painel do dia, Miguel Arellano, tecnologista do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT e coordenador da Rede Cariniana, debateu as características e riscos de repositórios digitais, assim como a preservação de registros de atividades técnico-científicas.
Em seguida, Joaquim Marçal e Vinicius Martins, da Fundação Biblioteca Nacional, apresentaram a trajetória de evolução e consolidação das práticas de preservação da Biblioteca Nacional Digital, desde a sua criação em 2006.
No 3º painel do dia, “Curadoria de dados de pesquisa: revelando e preservando a memória oculta da ciência”, Luis Fernando Sayão abordou a importância da curadoria digital de ativos informacionais produzidos como subprodutos da pesquisa científica, com o objetivo de catalisar a pesquisa interdisciplinar e dinamizar a memória das organizações científicas.
Érika Sampaio, supervisora do Setor de Preservação de Documentos Digitais do Arquivo Nacional, apresentou, em seu painel, as questões relativas à preservação e metodologias de recolhimento de documentos natos digitais pelo Arquivo Nacional.
No 5º painel do dia, “Acesso aberto aos acervos: uma realidade possível?”, Juliana Monteiro apresentou aspectos de OpenGLAM, que implicam na articulação e integração entre instituições de memória, discutindo também as dificuldades e oportunidades do cenário brasileiro para o estabelecimento de processos de abertura de acervos.
“Focando nossa energia: identificando os níveis de representação e o potencial de softwares no apoio à preservação digital” foi o 6º painel do dia. No espaço, Cal Lee, professor da Escola de Informação e Biblioteconomia da University of North Carolina (EUA), abordou o uso de softwares no auxílio da preservação digital de coleções, com foco na integridade e uso futuro de registros natos digitais.
Fiinalizando o 2º e último dia do Preserva.ME 2019, a Roda de Conversa sobre Memória Empresarial contou com Paulo Nassar, professor da Universidade de São Paulo (USP) e diretor-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Silvia Fiúza, da Associação Brasileira de Memória Empresarial (ABME) e mediação de Ana Paula Goulart, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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