
17 mar Eletrificação rural no Brasil, uma história com final feliz
O evento de lançamento do livro “Eletrificação rural no Brasil: uma visão histórica”, realizado em 15 de março, na Fundação Biblioteca Nacional, confirmou o quanto a chegada da energia elétrica altera a paisagem do campo. A trajetória dessa transformação, narrada em detalhes no livro editado pela Memória da Eletricidade, é motivo de alegria para o presidente da instituição, Mário Santos (foto). “Contar a história da eletrificação do campo é contar a história do setor elétrico no país, e hoje sabemos que ela tem final feliz”, disse o executivo, referindo-se ao índice de 92% dos domicílios rurais com acesso à energia elétrica.
Os discursos durante o lançamento enfatizaram a melhoria da qualidade de vida da população rural e o desenvolvimento agrícola e econômico, transformações só possíveis pela chegada da eletricidade. O coordenador editorial e autor do texto do livro, Paulo Brandi, afirmou que, além da importância histórica e bibliográfica da publicação, o resgate dessa trajetória também contribui para a universalização do serviço de eletricidade no Brasil. “No livro, nós mapeamos uma história que ainda é um pouco desconhecida. Talvez a grande ambição tenha sido mostrar a expansão da eletrificação rural, que já foi muito restrita há 70 anos. Hoje, que estamos perto da universalização do acesso, é muito importante refletir sobre esse passado, sobre os desafios superados, para saber o que ainda resta ser feito, como a eletrificação de comunidades isoladas”, avaliou o historiador.
Representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e parceiro fundamental da Memória da Eletricidade na realização da publicação, Hernán Chiriboga destacou o valor da eletrificação rural para o retorno e fixação da população nas áreas rurais, o que impacta positivamente na produção agrícola. “Temos hoje uma nova ruralidade, que depende muito da eletricidade, sobretudo a juventude rural. Em uma pesquisa realizada em parceria com a Eletrobras, diagnosticamos que parte da população rural que tinha se mudado para as cidades está voltando por causa da facilidade de meios de produção possibilitada pela energia elétrica. Por isso, atualmente é estratégico garantir o acesso à eletricidade no meio rural”.
A superintendente de Programas de Governo da Eletrobras, Renata Falcão, que representou o presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr., lembrou que a preservação histórica é importante não só para as empresas envolvidas, mas também para todo o setor elétrico e sociedade. “A Eletrobras sempre foi uma grande incentivadora da Memória [da Eletricidade], justamente por entender que essa história é importante para o país e para os mais jovens. Esse livro é um marco para todos nós por contemplar uma grande odisseia que vem sendo feita até a obtenção dos resultados que temos hoje, de universalização de direitos e inclusão do homem do campo”, avaliou a executiva.
Clóvis Barbosa, presidente da Cooperativa de Eletrificação da Região do Alto Paraíba (Cedrap), acompanhou de perto as transformações na rotina produtiva de fazendas, tanto na posição da direção da cooperativa, quanto na própria vida familiar. “Quando eu era pequeno, não tínhamos energia na fazenda onde morávamos, somente um geradorzinho. Foi a partir da chegada da energia rural que pudemos ter tanques de expansão e picadeiras viradas à energia. Hoje nós sabemos que a internet e toda a tecnologia do campo depende da disponibilidade de energia elétrica”, lembrou.
Confira as fotos do evento: http://bit.ly/2mYcJWU
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